Tambaquis mais saudáveis: maior lucro no mercado


Estudo realizado dentro do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (PAIC) da Fapeam, constatou que o uso de um produto químico já conhecido na agropecuária pode ser útil para imunização de peixes contra parasita

 A pesquisa intitulada “Uso do Neguvon no controle de monogenóides durante o transporte de juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum)”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, visa diminuir os custos da criação dessa espécie de peixe pelos piscicultores da região.
 
“Neguvon é um conhecido inseticida utilizado normalmente pra combater parasitas na agropecuária, como os carrapatos, e agora estamos analisando sua aplicabilidade em outros meios, como em peixes. Esse produto já é usado informalmente pelos piscicultores, então resolvemos estuda-lo para usá-lo com outros fins, que não só o agropecuário. O diferencial da pesquisa não é só o Neguvon, mas como ele está sendo utilizado”, ressalta o pesquisador Roger Crescêncio, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além do pesquisador, também está envolvida no projeto a bolsista do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (PAIC/Fapeam), Edivânia da Silva Carvalho.
 
Antes, quando se falava em tratamento de peixes, o método mais utilizado era o banho terapêutico, que consiste em colocar o peixe em uma caixa d’água, em um local pequeno, jogar um produto químico para dar um “banho” no peixe e depois soltá-lo. “Esse método funciona em pesquisas, mas não serve para campo. Para quem trabalha em laboratório, colocar os peixes em um tanque pequeno é uma das possibilidades, mas para um piscicultor que pode ter uma área de criação de três hectares, o equivalente a seis campos de futebol, essa técnica vai acabar sendo muito mais cara”, lembra Crescêncio, ressaltando que não há como colocar, por exemplo, 18 toneladas de peixe em uma caixa d’água.
 
De acordo com ele, a pesquisa é inovadora, porque a técnica consiste em tratar o peixe já no transporte inicial, quando ele ainda é pequeno. Funciona da seguinte maneira: o peixe é comprado pelo produtor ainda é jovem e, normalmente, ele é manipulado em sacos, até a chegada ao cativeiro (tanque da piscicultura). “A nossa idéia é colocar o Neguvon quando esses peixes ainda estão nesses sacos para o transporte, assim, para imunizar muitos peixes serão necessários somente alguns centavos”.

A pesquisa está revelando resultados eficazes. A intenção é que, garantido um peixe mais saudável, o produtor possa ter um maior lucro no comércio do produto.

Suzanne Lemos – Agência Fapeam

 

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *