Sabonete à base de insumos vegetais pode auxiliar no combate à acne vulgar


03/10/2012 – O óleo essencial do gengibre amargo (Zingiber Zerumbet) é um potencial ativo para a formulação de sabonetes antiacne que em breve estarão disponíveis no mercado nacional e internacional. Essa é a proposta de uma pesquisa de inovação no setor produtivo, realizada no Amazonas.

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src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/acne02(1).jpgO estudo, desenvolvido pela microempresa Biozer da Amazônia, investiga a aplicação do Sesquiterpeno Zerumbona, substância extraída dos rizomas (caules) do gengibre amargo, com rico poder antioxidante, anti-inflamatório, antitumoral e antimicrobiano em casos de acne vulgar, que afeta 80% dos adolescentes.

Com recursos do governo estadual, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o projeto foi contemplado no Edital 003/2011 do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas na Modalidade Subvenção Econômica a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (Pappe Integração).

Segundo a diretora-presidenta da Fapeam, Maria Olívia Simão, a iniciativa faz parte da política do Governo do Estado do Amazonas para promover o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação por meio da valorização dos recursos regionais.

“O programa tem por objetivo apoiar com recursos financeiros empresas por meio da subvenção econômica à pesquisa como forma de possibilitar o desenvolvimento de processos ou produtos inovadores no Estado do Amazonas”, afirmou.

Diferenciais do produto

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Fernanda Simplício, um dos diferenciais do produto é que o seu escopo não se limita a incorporar essências e corantes a bases prontas o que, segundo ela, é feito por micro e pequenos empresários locais. Mas, sim em desenvolver a base do sabonete utilizando insumos vegetais amazônicos, agregando valor à biodiversidade local.

“A Biozer da Amazônia está propondo o desenvolvimento de sabonetes antiacne cuja base seja oriunda do beneficiamento de espécies amazônicas e o ativo seja constituído desse princípio ativo, agregando valor à biodiversidade e à pesquisa científica do Amazonas”, explicou Simplício.

Segundo ela, a ideia é oferecer ao mercado local e, posteriormente, nacional e internacional, um produto inovador, com qualidade, social e ambientalmente responsável para o tratamento auxiliar da acne vulgar.

Conforme a pesquisadora, um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) desenvolveu um método de alta rentabilidade para a obtenção do Sesquiterpeno zerumbona principal componente do óleo essencial dos rizomas do gengibre amargo, que possui expressivas propriedades anti-infamatórias, antimicrobianas e antitumorais.

Mestre em patologia tropical, Simplício, informou que por essas características, a zerumbona foi escolhida pois é uma excelente candidata como ativo de origem natural na formulação de sabonetes antiacne.

O estudo está em andamento e tem previsão para ser concluído no período de 24 meses. Simplício informou também que o produto será inserido no mercado em franca expansão em nível mundial, o de dermocosméticos, que conforme ela sofre constantes pressões por inovações por parte dos seus consumidores. “Esse tipo de produto vem sendo muito valorizado na sociedade atual, cada vez mais preocupada com a saúde e a aparência física”, informou.

Para o pesquisador do Inpa e doutor em biotecnologia e em recursos naturais e também um dos colaboradores da pesquisa, Carlos Cleomir, o que se destaca no produto é o óleo essencial da zerubona, princípio ativo do gengibre amargo.

Cleomir explicou que a empresa foi criada com objetivo de fazer uma parceria com o Inpa na criação de vários produtos. “Estamos elaborando outros produtos como geleia, sabonetes e nanocápsulas de vários extratos e umas dessas patentes é o gengibre amargo”, pontuou.

Expectativas

Com base em informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), não existe perfil epidemiológico universal da acne. Dados apontam que a prevalência da acne varia entre 35% e 90% nos adolescentes, com incidência de 79% a 95% entre os jovens ocidentais e pode chegar a 100% em ambos os sexos. Em geral, a acne acomete cerca de 95% dos meninos e 83% das meninas entre 14 e 16 anos de idade.

Para a estudante Kamilla Lira, 22, produtos que possam auxiliar o tratamento da acne sempre são bem-vindos, principalmente quando são sabonetes. Estudante do curso de Comunicação Social, ela revelou que já sofre com a acne há cerca de dez anos, e que até hoje se submete há tratamentos estéticos. Ela ressaltou que tem preferência por sabonetes e cremes, devido não reagir bem a pílulas por conta dos efeitos colaterais.

“Eu já usei sabonete que me ajudaram no tratamento da acne. O sabonete é fundamental, pois nem sempre a acne é hormonal ou alimentar. Mas, sim da sujeira que vai acumulando no rosto. Eu acredito que o sabonete pode ser uma forma eficaz para o combate da acne”, destacou.

Conforme Lira, o tratamento o qual se submeteu já melhorou em torno de 60% a aparência de seu rosto. A estudante disse que na época da escola também era vítima de bullying por conta das espinhas, mas que até o momento a acne não a prejudicou no mercado de trabalho.

Processo do produto

Conforme a empresária, a metodologia do projeto engloba desde a cuidadosa seleção de espécies para a obtenção dos insumos para a constituição da base até o teste da eficácia do produto final, por meio de técnicas adequadas ao seu propósito de gerar um produtor inovador e com qualidade.

Simplício ressaltou que para o desenvolvimento do produto, a empresa conta com uma equipe capacitada para executar todas as análises e tarefas inerentes, formada por profissionais das áreas de agronomia, química, enfermagem, farmácia, entre outros.

Apoio da FAPEAM

A pesquisadora destacou a importância do apoio do programa no desenvolvimento da pesquisa. “O apoio é de extrema importância, pois a ideia de produzir o sabonete surgiu de uma pesquisa. O recurso é que está financiando o trabalho e tornando-o realidade”, finalizou.

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Redação: Esterfanny Martins

Edição: Cristiane Barbosa – Agência FAPEAM

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