Projetos inovadores desenvolvidos no Amazonas são apresentados em seminário
Um sistema de quarentena de peixes ornamentais associado com plantas aquáticas e um projeto que usa atmosfera modificada para prolongar vida útil de alimentos foram apresentados na manhã desta terça-feira (17), durante o Seminário de Avaliação dos Resultados Finais do Programa Sinapse da Inovação. O evento realizado na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no bairro Flores, segue até quarta-feira (18), a partir de 8h30.
Os projetos desenvolvidos contam com apoio do Governo do Amazonas por meio da Fapeam, em parceria com a Fundação Centros de Referências em Tecnologias Inovadoras (Certi). Lançado em 2015, o Sinapse da Inovação teve como objetivo transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso, além de fortalecer o empreendedorismo, cenário inovador e econômico no Amazonas.
Com o projeto 100% concluído, o doutor em Biologia Aquática e Pesca Interior, Michel Fabiano Catarino, apresentou o projeto “Aquaponia Neles! Quarentena de Peixes Ornamentais Amazônicos Associados a Plantas Aquáticas”. O sistema desenvolvido por ele dentro do programa é um modelo de quarentena, onde os recintos em que os peixes permanecem, após o transporte e antes de serem exportados, ficam associados com tanques contendo plantas aquáticas.

Michel Fabiano Catarino, apresentou o projeto “Aquaponia Neles! Quarentena de Peixes Ornamentais Amazônicos Associados a Plantas Aquáticas”
Catarino disse que as plantas absorvem elementos químicos dissolvidos na água, provenientes dos excretas dos peixes confinados no sistema de quarentena e de excesso de alimentos, utilizando-os como nutrientes para seu crescimento, o que permite a diminuição da quantidade de Amônia no sistema. Com isso é possível melhorar a qualidade da água, com reflexos positivos na saúde dos peixes, garantindo à comercialização de peixes ornamentais amazônicos com a qualidade sanitária requerida pelo mercado mundial.
Durante o projeto foi possível desenvolver o sistema, capacitar a equipe, realizar experimentos e fortalecer a rede de fornecedores.
Intitulado o “Preparo de pratos prontos para o consumo à base de pescado embalado sob atmosfera modificada”, o doutor em Aquicultura, Marcondes Gonzaga Júnior, desenvolveu um projeto que pretende prolongar a vida útil de alimentos em até 45 dias e, ainda, potencializar a venda de produtos oriundos da pesca dos rios e lagos da Amazônia.
A inovação visa à diversificação da oferta de produtos pesqueiros, por meio do lançamento do uso de embalagens com atmosfera modificada, aumentando a vida útil (tempo) destes produtos nas prateleiras.

Marcondes Gonzaga Júnior apresentou o projeto “Preparo de pratos prontos para o consumo à base de pescado embalado sob atmosfera modificada”
A tecnologia consiste no processo de embalamento de pescados minimamente processados, que seriam os pratos prontos, aliado a uma atmosfera otimizada de gases.
“Esses gases vão controlar as ações microbiológicas, físicas e químicas do determinado produto prolongando a vida útil dele por até 45 dias. Já apresentamos o produto para diversos clientes e estabelecemos algumas parcerias de comercialização”, destacou o empreendedor.
Seminário
Durante a abertura do evento, o diretor técnico-científico da Fapeam, Dércio Reis, disse que um dos grandes desafios é a busca por soluções inovadoras que impulsionem a economia do Estado. Ele destacou que o Sinapse da Inovação foi um passo importante e que a proposta é que essas ações se transformem em benefícios para população do Amazonas.
“O que esperamos a partir da primeira versão do programa que foi realizada, fruto de um projeto piloto com a Certi, é que outras ações como esta possam acontecer. Queremos que as empresas dessa edição possam contar o seu sucesso e a experiência em relação o Sinapse na próxima edição. Sabemos que o investimento de R$50 mil, para cada projeto, não é capaz de alavancar uma empresa, mas tem como função principal mostrar para cada um dos empreendedores que apesar do caminho não ser fácil, ele é possível”, contou.

Diretor técnico-científico da Fapeam, Dércio Reis, disse que um dos grandes desafios é a busca por soluções inovadoras que impulsionem a economia do Estado
Reis parabenizou os coordenadores e enfatizou ainda que o Estado tem condições plenas de sair de um estágio que a economia depende, quase exclusivamente, dos incentivos da Zona Franca de Manaus para uma economia mais sustentável por meio das riquezas do Estado.
“Temos algo que nos diferencia de qualquer outro lugar do planeta: a marca Amazônia. Precisamos aprender a trabalhar essa marca em benefício dos negócios que acontecem no Estado e do que podem trazer para economia local e benefício à população”, pontuou.
Segundo o diretor do Certi Amazônia, Marco Giágio, um novo edital está sendo viabilizado com previsão de ser lançado ainda este ano. A negociação da nova edição já dura um ano e vem sendo feita com apoio Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no contexto de financiamento pelo incentivo da Lei de Informática.
“Estão em avaliação final da nossa proposta e estamos confiantes que eles vão aprovar esse novo desenho de financiamento. Uma vez aprovado vamos poder buscar junto às empresas do Polo Industrial de Manaus, que tem a obrigação da Lei de Informática, o financiamento para fazer a segunda edição do Sinapse da Inovação. Entendemos que o programa tem que ser uma engrenagem que, frequentemente, ajuda a rodar o ecossistema de inovação”, detalhou.
Serviço
Seminário de Avaliação Final do Sinapse da Inovação
Data: 17 e 18 de abril
Horário: 8h30 às 12h e 14h às 17h
Local: Fapeam – Rua Sobradinho, N°100 – Flores
Departamento de Difusão do Conhecimento- Decon