Estudo analisa espécies de plantas utilizadas pela população para tratamento da leishmaniose


Pesquisa deve ser concluída em 2017 e analisa espécies usadas e comercializadas no município de Humaitá, interior do Amazonas

Estudo analisa espécies de plantas utilizadas pela população para tratamento da leishmaniose

Uma pesquisa desenvolvida com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), está analisando as espécies botânicas amazônicas mais utilizadas pela população como fármacos naturais no tratamento da leishmaniose, doença causada por protozoários do gênero Leishmania e de outras doenças tropicais.

O estudo, coordenado pela doutora em Biotecnologia, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Janaína Paolucci, já identificou as plantas medicinais regionais utilizadas no tratamento de leishmaniose cutânea e listou 138 espécies de plantas cultivadas nas residências e 84 espécies de plantas comercializadas com fins medicinais no município de Humaitá (distante a 591 quilômetros de Manaus).

Estudo analisa espécies de plantas utilizadas pela população para tratamento da leishmaniose

Entre as espécies selecionadas que irão para estudo in vitro estão: sangue de dragão (Cróton lechleri), mulateiro (Calycophyllum spruceanum), envira-dura (Ephedranthus amazonicus) e Confrei (Symphytum officinale L.).

De acordo com a pesquisadora, entre as espécies selecionadas que irão para estudo in vitro estão: sangue de dragão (Cróton lechleri), mulateiro (Calycophyllum spruceanum), envira-dura (Ephedranthus amazonicus) e Confrei (Symphytum officinale L.).

“As espécies são usadas no tratamento de várias doenças pela comunidade de Humaitá e possuem atividades descritas na literatura como cicatrizante, antitumoral, anti-inflamatória, antibacteriana, antimicrobiana, antifúngica, emoliente e anestésica”, disse a pesquisadora.

Paolucci contou que a segunda etapa está em andamento com preparação dos extratos vegetais das espécies selecionadas. Após isso, será feita a identificação das substâncias ativas e análises cromatográficas e espectrométricas dos extratos mais promissores com atividade leishmanicida in vitro, a fim de identificar as substâncias ativas, puras ou em misturas.

Ela disse que o estudo contribuirá para o resgate e valorização do conhecimento popular, pois além de compreender a classificação e a significação das plantas utilizadas para fins medicinais pela população de Humaitá, possibilita também a perspectiva de manejos adequados com vistas a proporcionar a conservação das espécies.

“A avaliação da atividade leishmanicida das espécies encontradas na flora sul Amazônica brasileira contribui com subsídios científicos para a formulação de um fitoterápico ou fármaco, potencialmente eficaz, no combate à leishmaniose”, disse Paolucci.

O estudo é desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas), da Fapeam, que apoia financeiramente atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do  Amazonas. “O apoio da Fapeam possibilita o desenvolvimento da pesquisa e a formação de recursos humanos”, disse a pesquisadora.

Esterffany Martins / Agência Fapeam

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