Pesquisadores orientam citricultores do Amazonas no combate à falsa ferrugem
Citricultores do Amazonas vão receber orientação para combater as espécies de ácaros que incidem com maior freqüência nas plantações da região, prejudicando a lavoura, com base nos resultados de pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (INPA). O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PIPT).
A pesquisa “Diversidade de Ácaros em Pomares Comerciais de Citros no Município de Manaus, AM, com Ênfase nas Famílias Tenuipalpidae (ácaro da leprose) e Eriophyidae (ácaro da ferrugem)”, coordenada pela Dra. Elizabeth Franklin, do núcleo de Ciências Naturais do INPA, foi realizada durante sete meses, com o levantamento de ácaros em pomares comerciais de laranjeiras, durante sete meses, na Fazenda Brejo do Matão, Br 194, km 15, no município de Manaus.
Foram identificadas 41 espécies/morfoespécies de ácaros, 32 gêneros e 24 famílias, pertencentes às sub-ordens Mesostigmata, Prostigmata e Oribatida, especialmente o ácaro da falsa ferrugem e da leprose – ambas atacam folhas, ramos e frutos dos citros, podendo causar perdas de produção e redução da vida útil da árvore debilitada.
Porém, o que chamou atenção dos pesquisadores foi haver indícios de que a aplicação de acaricida possa ter influenciado a abundância dos predadores, mesmo não havendo influência da idade e do tamanho do pomar sobre a população.
De acordo com a pesquisadora, a maior contribuição desse estudo para os citricultores é o primeiro registro da diversidade e abundância das espécies que habitam as laranjeiras, assim como a sua distribuição nos substratos (todo o material utilizado como meio de crescimento para plantas, que não seja o solo).
Por meio da Associação dos Citricultores do Amazonas, os pesquisadores querem acompanhar e orientar quanto ao uso do acaricida. “Na segunda fase da pesquisa vamos acompanhar mais detalhadamente a aplicação do acaricida, para tentar descobrir se realmente há influência da aplicação na população”, explica a Dra. Evanira Maria Ribeiro dos Santos, pesquisadora do projeto.
Além da identificação das espécies de ácaros mais freqüentes, também foi avaliada a importância econômica, a preferência por parte do vegetal (fruto, folhas e ramos), a influência da idade e tamanho do pomar sobre a população de ácaros e o efeito da aplicação do acaricida.
Com a pesquisa, foi possível saber que duas das 41 espécies são Eriophyidae (Phyllocoptruta oleivora e Tegolophus brunneus), que são os ácaros da gema e da falsa ferrugem e outros três, Tenuipalpidae (Brevipalpus phoenicis, Brevipalpus obovatus e Brevipalpus californicus), vetoras do Citrus Leprosis Vírus. Também foram identificadas 17 espécies de ácaros oribatídeos e 11 táxons de ácaros predadores, dos gêneros Amblyseius, Proprioseiopsis, Iphiseiodes, Typhlodromips e Asca.