Pesquisadores investigam aromas inspirados na flora amazônica
13/10/2010 – Fragrâncias inspiradas na flora amazônica começarão a ser desenvolvidas dentro do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no município de Itacoatiara, a 176 quilômetros de distância da capital, por um grupo de pesquisadoras.
Aprovada pelo Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos (PPP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), com ajuda financeira no valor de R$ 30 mil, a proposta tem o objetivo de implementar, no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, um laboratório de desenvolvimento, aplicação e análise de fragrâncias em bases cosméticas usuais. O trabalho está sendo desenvolvido pelas pesquisadoras Margarida Carmo de Souza, Giana Thais Kaufmann e Sandra Sales Oliveira.
De acordo com a pesquisadora Margarida Carmo de Souza a ideia é fazer testes a partir de matérias-primas sintéticas e naturais. “As substâncias sintéticas imitam o óleo natural. Queremos experimentar os dois para a produção de sabonetes, cremes, loções e perfumes”, projetou.
Souza explicou que, embora haja no mercado inúmeros produtos fabricados a partir da biodiversidade amazônica, ainda há muitos aromas na floresta com potencial de utilização.
A opção em utilizar a matéria prima sintética, segundo Souza, tem o intuito de preservar o meio ambiente, já que a obtenção de produtos em larga escala poderia ser ecologicamente inviável. “A maioria dos insumos está presente, em baixas concentrações, nas espécies vegetais. Além disso, podem estar contidos em órgãos como caules e raízes, o que seria um agravante, pois para a extração do óleo seria necessário derrubar a árvore inteira”, explicou a pesquisadora.
Investimentos
O auxílio de R$ 30 mil será todo investido no espaço físico do laboratório, com a compra de equipamentos como balança analítica, centrífuga e viscosímetro (que testa a viscosidade). Somente o viscosímetro custa R$ 6 mil, conforme a pesquisadora.
Os tipos de essências ainda não foram selecionados, mas serão os mais comuns no mercado. Em longo prazo, a ideia é tentar parcerias com indústrias em Itacoatiara e Manaus para fazer chegar os produtos no comércio.
O desenvolvimento do projeto, segundo as pesquisadoras, além de favorecer a implantação de um laboratório, contribuirá com a implantação de uma nova linha de pesquisa no Instituto, assim como despertar o interesse investigativo dos alunos envolvidos. “Desta maneira estamos formando novos recursos humanos para o desenvolvimento científico do nosso Estado”, destacou Souza.
Alessandra Leite – Agência FAPEAM