Pesquisa estuda aspectos geológicos do Arenito Manaus no Aquífero Alter do Chão


13/04/2012 – Arenitos, rochas de origem sedimentar resultante da junção de grãos de areia por meio de um cimento natural, normalmente são bons armazenadores e transmissores de água subterrânea. Segundo a empresa Águas do Amazonas, 20% da água distribuída na cidade de Manaus é oriunda do Aquífero Alter do Chão. Entretanto, a grande carência de estudos geológicos locais, motivou o desenvolvimento de um projeto na área com o objetivo de determinar a influência dos corpos de Arenito Manaus no fluxo da água subterrânea do Aquífero Alter do Chão.

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O estudo conta com apoio do Governo do Estado do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Desenvolvimento Regional (DCR), realizado pelo doutor em Ciências Exatas e da Terra, Ingo Daniel Wahnfried, e tem como tema ‘Aspectos Geológicos do Arenito Manaus e sua importância no Aquífero Alter do Chão na região de Manaus’.

Levantamentos geológicos

/Segundo o pesquisador, o projeto começou a ser realizado efetivamente no início deste ano e, no momento, estão sendo realizados levantamentos geológicos, cujos resultados até agora são a descrição de afloramentos da formação do Aquífero Alter do Chão e a obtenção de dados geológicos e geofísicos de alguns poços selecionados perfurados em Manaus.

“Existe uma grande relevância local para o tema, mas não é possível ter um trabalho bem fundamentado em hidrogeologia sem ter uma boa quantidade de dados sobre a geologia, ou seja, uma descrição detalhada das rochas por onde a água subterrânea passa”, explicou Wahnfried.

O pesquisador afirmou que pelo fato de existirem poucos estudos geológicos no local ele decidiu investigar um dos aspectos geológicos da formação do Aquífero Alter do Chão, que correspondem às rochas sedimentares chamadas de ‘Arenito Manaus’.

Arenitos são rochas de origem sedimentar resultante da junção de grãos de areia por meio de um cimento natural. Normalmente costumam ser bons armazenadores e transmissores de água subterrânea. Wahnfried afirma que quando sair os resultados da primeira parte do trabalho, ele irá usá-los em um segundo trabalho, que será uma avaliação hidráulica e hidroquímica pontual do aquífero.

“Dos resultados esperados, dois são os mais relevantes: entender a gênese do Arenito Manaus e assim poder prever sua ocorrência e obter um entendimento das características que influenciam no fluxo de água subterrânea na Formação do Aquífero Alter do Chão em Manaus”, disse Wahnfried.

Resultados parciais

O levantamento geológico realizado no aquífero constatou que o Arenito Manaus é silicificado (convertido em sílica), ou seja, existe um cimento natural, de sílica (principal componente da areia) que ocupa parcial ou totalmente a sua porosidade.

O problema, de acordo com Wahnfried, é que isto reduz, ou impede, a passagem de água por meio dele, porque a água só o atravessa caso haja fraturas que cruzem toda a sua espessura. Sendo assim, torna-se importante entender durante o projeto, o grau de silicificação do Arenito Manaus, a sua gênese, inferir a sua distribuição aproximada e o grau de fraturamento. “Conhecendo estes fatores saberemos se ele atua como uma barreira hidráulica, impedindo, por exemplo, que contaminantes o atravessem”, finalizou.

Sobre o DCR

Esse programa da FAPEAM consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Estado.

Redação: Nefa Costa

Edição: Jesua Maia – Agência FAPEAM

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