Livro aborda sofrimento mental de indígenas Sateré-Mawé e Hixkarya

Na apresentação da obra, Renan Albuquerque afirmou que o objeto do estudo são as relações psicossociais de povos indígenas com pessoas e coisas urbanas. (Foto: Divulgação)
14/05/2014 – A Fundação Nacional do Índio (Funai) tem registrado no Amazonas uma migração cada vez maior de indígenas das aldeias para as sedes dos municípios. Na tentativa de observar de que maneira esta migração influencia no cotidiano e no ordenamento da qualidade de vida dessas populações, o doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Renan Albuquerque Rodrigues, escreveu um livro no qual relata, entre outros, os resultados psicológicos nos indígenas que passam por essa interação.
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O livro intitulado ‘Sofrimento mental de indígenas na Amazônia’ é o resultado parcial do projeto de pesquisa ‘Migração Aldeia-Cidade no Baixo Amazonas’, fomentado pelo edital Santander Universidades/Banco Santander.
O autor da obra e ex-bolsista do Programa de Comunicação Científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Rodrigues explicou que “trata-se de texto em formato de livro digital, que tem como proposta apontar reflexões acerca dos efeitos do trânsito rural-urbano de índios Sateré-Mawé e Hixkaryana, no Baixo Amazonas”.
De acordo com o pesquisador, a publicação contou com apoio de conselho editorial do Laboratório de Editoração Digital do Amazonas (Leda) do polo da Ufam em Parintins (distante 369 quilômetros da capital) e de indigenistas da Funai, além da contribuição científica do pesquisador do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Danilo Silva Guimarães.

Albuquerque disse que o trabalho foi orientado a partir de vivência social e integração humana nas sedes municipais da região. (Foto: Divulgação)
“O CD contendo o livro está disponível no Laboratório de Webjornalismo e Planejamento Gráfico (que sedia o Laboratório de Editoração Digital do Amazonas, inserido no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ambientes Amazônicos). A partir da segunda quinzena de maio, o texto poderá ser consultado no endereço periodicos.ufam.edu.br, link Revista Mutações (identificado no buscador www.google.com.br)”, disse Renan.
Análises
Na apresentação da obra, Renan Albuquerque afirmou que o objeto do estudo são as relações psicossociais de povos indígenas com pessoas e coisas urbanas. “O trabalho foi orientado a partir de vivência social e integração humana nas sedes municipais da região, o que possibilitou reflexões acerca da situação dos aldeados das terras Andira-Marau (Satere-Mawe) e Nhamunda-Mapuera (Hixkaryana), reconhecidamente em trânsito nos ambientes. Essas sedes municipais são polos urbanos dos municípios de Parintins, Barreirinha e Nhamunda, todos pertencentes ao Amazonas e fronteiriços ao Para”, disse o pesquisador.
Segundo ele, o cotidiano de indígenas, a partir do momento em que saem das aldeias e experimentam o universo ocidentalizado, tal e qual ele se apresenta, foi pensado sobre a perspectivas de marcos teóricos interdisciplinares, aproximados a psicologia sociocultural e etnologia.
“A partir do estabelecimento da proposta, coube refletir sobre o que ocorre a pessoas que enfrentam experiências de sofrimento mental dentro do âmbito da estruturação das pequenas e medias cidades da Amazônia Brasileira, com especificidades para regiões de fronteira interestaduais”, disse o autor na apresentação da obra.
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Camila Carvalho – Agência FAPEAM