Jogos são usados na revitalização da cultura indígena
22/06/2012 – Revitalização da cultura indígena e valorização dos jogos e brincadeiras da Comunidade Wahuit– Y’apyrehy´T – Sateré Mawé, do bairro Santos Dummont. Este foi o objetivo do projeto ‘Cultura Corporal: o estudo dos jogos e as brincadeiras tradicionais na comunidade Wahuit– Y’apyrehy´T – Sateré Mawé’. A pesquisa foi realizada durante o segundo semestre de 2011 por cinco estudantes da Escola Estadual Santo Antônio, que resultou em uma cartilha bilíngue (Português/Sateré-Mawé), a qual conta com 20 jogos e brincadeiras praticados pelas crianças da comunidade.
Os resultados do trabalho foram apresentados na 5ª Mostra do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), que começou na última quarta-feira (19/06) e se encerra nesta quinta-feira (21/06). As apresentações orais e de pôsteres ocorreram nas dependências da Divisão de Desenvolvimento Profissional de Magistério (antiga aldeia do conhecimento), na Rua Maceió, Adrianópolis, zona centro-sul da capital.
Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook
Conforme o professor coordenador do projeto, Jhones Rodrigues Pereira, existe uma variedade de grupos étnicos na cidade de Manaus, cuja estimativa é de 40 mil pessoas, cada qual com histórias, saberes, culturas e línguas próprios. “Cada povo indígena desenvolveu experiências particulares quanto a suas organizações sociais, econômicas e políticas, suas formas de ver e pensar o mundo. Na elaboração de projetos esportivo-educacionais é preciso considerar tais diretrizes para garantir o oferecimento de políticas públicas na área do esporte e lazer, o desenvolvimento de ações socioculturais que valorize a cultura e as tradições dos povos indígenas”, pontuou.
Os jogos e brincadeiras, em suas diversas variações, são atividades que podem contribuir para a valorização cultural desses povos, segundo Pereira, pois ajudam no desenvolvimento completo do ser humano. Ele explicou que a manifestação da cultura de movimentos se faz necessária a partir da prática esportiva e do desenvolvimento das atividades lúdicas.
O trabalho foi desenvolvido com 17 famílias e envolveu 40 pessoas, entre crianças, jovens e adultos. Para a coleta dos dados, o professor disse que foram aplicados questionários e entrevistas, além da interação com os anciãos, tuxauas, o presidente da comunidade, pais e comunitários.
De acordo com a ex-bolsista do PCE, Mikaela Thalia da Silva Lima, estudante do 1º ano do Ensino Médio, o projeto possibilitou a identificação das atividades cotidianas voltadas para o lazer e o bom desenvolvimento corporal das crianças da comunidade, a catalogação dos jogos e brincadeiras, por exemplo, pião, peteca de milho, entre outros. Ela disse que também foi possível realizar jogos e brincadeiras com as pessoas da comunidade.
Para a estudante do 1º ano do Ensino Médio, Jéssica Monteiro de Menezes, que também é ex-bolsista do projeto, expectativas foram criadas, conhecimentos adquiridos, informações assimiladas ao longo do desenvolvimento e articulação do projeto. “Compreendemos por meio de pesquisas, planejamentos e debates, a relevância da cultura do povo Sateré, suas crenças, valores e etc. Além disso, obtivemos um vasto grau de conhecimento, na medida em que convivemos com os indígenas locais”, salientou e acrescentou que uma nova visão de mundo foi exposta e vivida por todos da equipe.
Participaram do projeto: Emanuel Victor Bastos, Jéssica Monteiro de Menezes, Lana Rafaele Ferreira Monteiro, Lucas de Oliveira Sales, Mikaela Thalia da Silva Lima, além do apoio técnico de Jafé Ferreira de Souza.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola (PCE) faz parte da política do Governo do Estado para difundir a ciência e promover o interesse dos jovens pelo mundo científico. Para isso, o programa consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos Fundamental e Médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas de Manaus e interior do Amazonas. Desenvolvido pela FAPEAM, o programa conta com o apoio da Seduc, Semed capital, Semed Itacoatiara e Fundação Amazonas Sustentável (FAS).
Luís Mansuêto – Agência FAPEAM