Estudo propõe atacar o vírus ebola inibindo proteína do próprio corpo


Pesquisadores descobriram um novo alvo para tratar o ebola. Esta é a primeira abordagem de tratamento que mira, não o vírus em si, mas uma proteína do próprio organismo do paciente. Chamada Niemann-Pick C1, ou NPC1, esta proteína é essencial para que o vírus ebola se instale nas células humanas e se replique.

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Ainda não existe uma droga eficaz aprovada contra a doença. A maior epidemia já registrada, que teve início com a infecção de uma criança na Guiné em dezembro de 2013, já matou mais de 11 mil pessoas e infectou quase 27 mil.

A estratégia inédita baseia-se no seguinte mecanismo. Quando o vírus ebola penetra na célula do indivíduo, ele é envolvido por um tipo de uma bolha formada pela própria membrana da célula. Para se replicar, o vírus precisa sair dessa bolha e chegar até o citoplasma. O que os pesquisadores descobriram é que a proteína NPC1 é um componente essencial para que o vírus consiga se liberar dessa bolha e continuar seu ciclo de vida.

Para testar essa hipótese, o estudo expôs dois tipos de camundongos ao ebola: o primeiro grupo, do “tipo selvagem”, tinha a proteína NPC1. Já o segundo grupo não tinha o gene responsável pela produção da proteína.

O resultado foi que os camundongos com a proteína foram infectados, enquanto aqueles que não tinham a proteína ficaram livres da doença, já que o vírus não conseguiu se replicar.

O experimento foi desenvolvido por cientistas de duas instituições americanas – a Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva e o Instituto de Pesquisas Médicas em Doenças Infecciosas do Exército dos Estados Unidos (USAMRIID) – e os resultados foram publicados na revista “mBio” nesta terça-feira (26).

Esperança de novas drogas

A ideia é que futuras pesquisas possam levar a drogas que inibam temporariamente a proteína NPC1, impedindo desta forma a instalação do vírus. “Nosso estudo revela que a proteína NPC1 é o ‘calcanhar de Aquiles’ da infecção pelo vírus ebola”, diz um dos autores do estudo, Kartik Chandran, professor de virologia e imunologia da Faculdade de Medicina Albert Einstein.

Leia a matéria completa aqui.

Fonte: G1

Imagem de abertura:  vírus ebola observado em um microscópio eletrônico (Foto: Frederick Murphy/CDC via AP)

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