Estudo garante cultivo in vitro de andiroba, breu branco e pau-rosa
30/11/2012 – O doutor em Biotecnologia, pesquisador Hélio Leonardo de Souza Brandão, encontrou a solução para a obtenção de andiroba, breu branco e pau-rosa pela indústria de medicamentos, cosméticos e de madeira. Ele garantiu que as matérias-primas podem ser produzidas por meio de um protocolo de propagação in vitro, o que garantiria uma alternativa viável para a produção em longa escala de mudas das espécies florestais que possuem valor econômico.
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A constatação foi feita ao longo do projeto de pesquisa ‘Propagação in vitro de andiroba (Carapa guianensis Aublet), breu branco (Protium spruceanum Benth.), copaíba (Copaifera multijuga Hayne) e pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke)’ realizado entre 2008 e 2011, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e que contou com financiamento do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), via Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad).
Análise de viabilidade
Segundo o pesquisador, as sementes foram coletadas em plantios na Reserva Florestal Adolpho Ducke e em populações naturais na zona rural do município de Silves. “Após a coleta, as sementes foram envolvidas em folhas de jornal e mantidas em sacos plásticos. Elas foram levadas ao Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA) para serem lavadas e para iniciarmos o processo de germinação”, explicou Brandão.
As sementes foram postas para germinar em bandejas plásticas com areia. Foram aplicadas doses de reguladores de crescimento e após 30 dias de acompanhamento foi avaliada a emissão ou não de raiz, o que caracterizaria a eficiência da cultura in vitro.
Brandão chegou à conclusão de que com andiroba, breu branco e pau-rosa é possível realizar a produção in vitro, mas já com a copaíba o cultivo é inviável. “Sugere-se a realização de um experimento multifatorial que avalie o efeito do tempo de exposição aos agentes químicos, a concentração de agentes químicos descontaminantes e a maturidade do cultivo sobre o estabelecimento in vitro de pau-rosa, andiroba e breu branco”, disse o pesquisador na tese.
Importância industrial
Andiroba, copaíba, breu branco e pau-rosa são as principais espécies amazônicas exploradas pela indústria de medicamentos, comésticos e de madeira para produção de produtos.
A andiroba é uma espécie de uso múltiplo, mas sua madeira e óleo extraídos das sementes são os produtos mais importantes. O óleo é usado na preparação de sabão e cosméticos, mas também já é objeto de estudo no combate a vários tipos de cânceres. Popularmente, o chá da casca e das flores é utilizado como remédio para combater infecção bacteriana e fungicida.
Da copaíba é possível extrair o óleo, que é utilizado por populações tradicionais da região amazônica para fins medicinais como antibiótico e anti-inflamatório. Há pesquisas em andamento que buscam comprovar sua eficiência no tratamento de diversos tipos de cânceres.
O breu branco é utilizado na fitoterapia, mas sua eficiência não tem comprovação científica. É usado como anti-inflamatório, no tratamento das dores reumáticas e musculares, das infecções das vias respiratórias e picadas de inseto.
A resina do breu branco é industrialmente utilizada para fabricação de verniz, velas e repelentes. Seu óleo é empregado na indústria cosmética e de perfumes, na fabricação de sabonetes e aromatizantes de ambientes.
O pau-rosa destaca-se na produção de óleo essencial utilizado na indústria de comésticos como fixador. O óleo das folhas possui aroma adocicado e o da madeira apresenta aroma semelhante à lavanda.
Sobre o Posgrad
Consiste em apoiar, com bolsas de mestrado e doutorado, e auxílio financeiro, as instituições localizadas no Estado do Amazonas que desenvolvem programas de pós-graduação Stricto Sensu credenciados pela Capes.
Camila Carvalho – Agência FAPEAM