Estudo avalia o uso de acitretina no tratamento de câncer de pênis


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A pesquisa foi realizada entre agosto de 2012 e junho de 2013, com oito pacientes atendidos na FCecon (Foto: Reprodução)

10/09/2013 – Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos. No Brasil, a doença representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, com  maior incidência nas regiões Norte e Nordeste.

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No Amazonas há vários estudos relacionados ao tema desenvolvidos por pesquisadores e estudantes da área de saúde, entre eles está a pesquisa ‘Uso da acitretina no pré-operatório de câncer de pênis para redução da massa tumoral’, desenvolvida pela acadêmica do curso de medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Amanda Hitzschky Aguiar. O estudo conta com financiamento do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Iniciação Científica (Paic).

Segundo a acadêmica, o tema lhe chamou atenção ao perceber que pacientes com câncer demoram muito tempo para pedir ajuda médica e quando buscam orientação sobre o tratamento a doença já está em fase avançada. Em alguns casos, é necessário a amputação do pênis.

Aguiar ressalta que, se a doença fosse descoberta no início, a conduta terapêutica poderia ser apenas uma abordagem clínica,  sem a necessidade de uma conduta cirúrgica agressiva.

“Por conta disso, resolvi desenvolver a pesquisa com orientação do doutor Giuseppe Figliuolo, na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), visando avaliar a regressão  tumoral nos pacientes tratados com o uso de acitretina oral,  num período de três meses, no pré-operatório de câncer de pênis”

A pesquisa foi realizada entre agosto de 2012 e junho de 2013, com oito pacientes atendidos na FCecon. Segundo a acadêmica, dos oito, cinco foram excluídos da pesquisa por terem contraindicação ao uso da medicação e por precisarem de um tratamento de mais urgência. Os três participantes restantes finalizaram o uso da acitretina.

“Dos três pacientes, um apresentou uma pequena melhora no aspecto clínico que levou a uma pequena redução na margem cirúrgica. Os outros dois pacientes tiveram uma melhora perceptível com o uso da acitretina ”, pontuou.

Métodos

Aguiar explica que durante a pesquisa os pacientes diagnosticados com câncer de pênis eram avaliados através da sua história clínica, eram submetidos a questionário socioeconômico, exame físico, exame de imagem (ressonância magnética de pelve) e exames laboratoriais.

“Se o paciente não tivesse nenhuma contraindicação ao uso da acitretina (como alterações das enzimas hepáticas e dislipidemia) poderia iniciar o uso da medicação. Ele iria tomar a acitretina por três meses e passar por uma reavaliação mensal para situar a melhora ou não da lesão. Finalizando os três meses, passaria por novos exames laboratoriais e uma outra ressonância magnética de pelve. Com o resultado, o paciente passaria por um procedimento cirúrgico e o material retirado iria ser mandado para o histopatológico”, explicou.

Os resultados foram apresentados durante a 2º Jornada Científica da FCecon realizada nos dias 08 e 09 de agosto de 2013.

Sobre o Paic

O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas.

Rosa Doval – Agência FAPEAM

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