Fiocruz é um dos melhores institutos de pesquisa do Brasil, aponta estudo

Naveca disse que o reconhecimento é o resultado do esforço de todos servidores, colaboradores, alunos e pesquisadores, em âmbito nacional. Foto: Cleidimar Pedroso/CiênciaemPauta.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é um dos melhores institutos de pesquisa do Brasil em termos de qualidade de produção científica. A conclusão é de uma pesquisa feita pela Universidade de Leiden (Holanda) e publicada no mês de junho pelo Jornal Folha de São Paulo.
Para o vice-diretor de pesquisa do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD-Fiocruz Amazônia), Felipe Gomes Naveca, o reconhecimento é o resultado do esforço de todos servidores, colaboradores, alunos e pesquisadores, em âmbito nacional. Ele explicou que a Fiocruz desenvolve atividades na área de ensino técnico e Pós-Graduação Lato e Stricto Sensu, todas voltadas para a qualificação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Brasil.
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Doutor em Ciência pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Naveca concedeu entrevista à Agência Fapeam para falar sobre o assunto e a repercussão do reconhecimento no Amazonas. Desde 2008, ele é pesquisador em Saúde Pública (Adjunto II) do Instituto Leônidas e Maria Deane, unidade técnico-científica da Fiocruz no Estado.
Agência FAPEAM – O que significa o reconhecimento para a Fiocruz/Amazônia?
Felipe Naveca – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é uma instituição com 114 anos, que nasceu da necessidade do país de enfrentar grandes problemas de saúde pública. Desde então, os servidores da Fiocruz têm se esforçado em manter o legado de grandes cientistas brasileiros, por exemplo, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Sérgio Arouca, Leônidas e Maria Deane. Eles deixaram seus nomes registrados entre os maiores pesquisadores na área da saúde em todo o mundo.
O recente reconhecimento internacional – como melhor instituto de pesquisa nacional em termos de qualidade de produção científica – no Ranking da Universidade de Leiden, reforça o compromisso com o bem estar da população brasileira e com o avanço científico e tecnológico em saúde. Todos nós, servidores, colaboradores e alunos, que formamos a família Fiocruz, ficamos orgulhosos com este reconhecimento. Não é a toa que o nosso lema como trabalhador é ‘orgulho de ser Fiocruz’.
AF – Quais trabalhos são desenvolvidos pelo Instituto?
Naveca – A Fiocruz é uma das maiores instituições de ciência e tecnologia em saúde do mundo. A expertise dos nossos pesquisadores, acumulada ao longo dos anos, permite-nos oferecer 18 cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu, incluindo cursos de excelência níveis 6 e 7, conforme a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Além das atividades de ensino, são conduzidos mais de mil projetos de pesquisas que englobam diversos temas da saúde, como: doenças infecciosas; saúde coletiva; violência; meio ambiente e história da ciência. A Fiocruz ainda possui um importante papel estratégico para o SUS, produzindo reagentes para testes diagnósticos de diversas doenças. O objetivo é atender aos programas de controle de endemias e agravos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e de doenças sexualmente transmissíveis. Também são produzidas mais de 50 medicamentos para doenças endêmicas, como a tuberculose; do sistema nervoso central; hipertensão e diabetes, além de drogas utilizadas no tratamento da Aids. Sete diferentes vacinas fazem parte do portfólio da Fiocruz.
AF – Qual a média de produção científica da Fiocruz?
Naveca – Uma busca na base de dados Scopus, utilizando apenas os termos Fiocruz e Fundação Oswaldo Cruz, no período de 2010 até o presente, retornou com 5.372 documentos. Significa uma média superior a mil artigos científicos ao ano. A Fiocruz Amazônia é o primeiro instituto na região Norte e tem contribuído cada vez mais para essa produção. Recentemente, fomos à segunda unidade da Fiocruz em média de artigo científico publicado por servidor-doutor ao ano. Esse dado destaca a importância estratégica do ILMD e a capacidade de seus servidores no desenvolvimento da pesquisa em saúde.
AF – De que forma a Fiocruz colabora para o desenvolvimento da ciência no Amazonas e na região Norte?
Naveca – A Fiocruz Amazônia tem diversos projetos de pesquisa em andamento, todos com foco em problemas de saúde da região amazônica. Nossas atividades de pesquisa têm o apoio de alunos de iniciação científica, especialização, mestrado e doutorado. Eles são provenientes dos nossos próprios cursos, como também de diversas outras instituições de ensino pública e privada do Estado.
A infraestrutura laboratorial ainda contempla cinco plataformas tecnológicas que apóiam as atividades de pesquisa dos nossos pesquisadores, mas que também estão à disposição de toda a comunidade científica. Temos atividades de formação de pessoal em vários municípios do Amazonas, com destaque para o curso de agentes indígenas de saúde no município de São Gabriel da Cachoeira. Também temos parcerias para atividades de pesquisa e ensino em outros estados da região Norte, como Roraima, Rondônia e Acre.
AF – Quais os ganhos sociais da parceria da Fiocruz Amazônia com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)?
Naveca – A parceria com a FAPEAM vem desde a criação desta que é, sem dúvida, uma das mais importantes agências de fomento à pesquisa do Brasil. A maior parte dos projetos de pesquisa em andamento conta com recursos da FAP, através de diferentes editais de auxílio à pesquisa.
Merece destaque a parceria da FAPEAM com o nosso programa de iniciação científica e o apoio aos programas de Pós-Graduação. Certamente, a parceria com a FAPEAM é fundamental para o sucesso do Instituto na pesquisa em saúde. Como resultados do ensino, mais de 1.500 egressos no período entre 2005-2012 em cursos de Lato Senso, mestrado e doutorado, quase todos com apoio da FAPEAM.
A importância da parceria FAPEAM-ILMD reflete-se pelo número de projetos aprovados. Foram dez na Chamada Pública do Programa de Excelência em Pesquisa Básica e Aplicada em Saúde; nove projetos nos Editais PPSUS 2013; e outros dois projetos aprovados nos Editais de Coleções Biológicas e Núcleo de Inovação Tecnológica. Os dados contemplam apenas o período de 2013 até o presente.
Cristina Lima – Agência FAPEAM