Dinâmica do carbono na floresta é tema de discussão no AM
Cientistas, estudantes e representantes do Brasil e Japão discutiram nesta sexta-feira (27) a Dinâmica do Carbono na Floresta Amazônica, durante um seminário realizado pela 5ª Feira Internacional da Amazônia (Fiam 2009), que acontece no Studio 5, em Manaus.
Do lado brasileiro, os pesquisadores Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Dalto Valeriano, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/SP), apresentaram os resultados mais recentes de pesquisas envolvendo o tema. Do lado japonês, os representantes da Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica), Moriyoshi Ishizuca, e da Universidade de Tóquio, Haruo Sawada, falaram sobre o interesse e as ações do governo japonês sobre controle do desmatamento e emissão de CO2 na atmosfera.
A boa notícia é que o Inpa, Inpe e Jica, além de outros órgãos de pesquisas dos dois países, vão agora, por meio de uma cooperação entre Brasil e Japão, dar continuidade ao projeto que os pesquisadores estão chamando de Cadaf, que pretende aprimorar os parâmetros de estudos da Dinâmica do Gás Carbônico na Floresta Amazônica.
Saiba mais a respeito das pesquisas sobre o sequestro e emissão de CO2 realizadas pelas instuições: Jica, Inpe e
O pesquisador do Inpe, Dalto Valeriano, que apresentou dados gerados pelo órgão sobre o desmatamento na região Norte, disse que, apesar de o desmatamento ter diminuído para um terço nos últimos anos, ainda é um tema preocupante. “A abordagem de temas que envolvem questões climáticas globais num evento como a Fiam é fundamental, pois ao mesmo tempo em que assuntos como desmatamento é tratado, é mostrado como novas tecnologias e investimentos são necessários para o desenvolvimento de regiões como esta, que precisa ser preservada para garantir a qualidade de vida para todos”, finalizou.
O professor e pesquisador da Universidade de Tóquio, Haruo Sawada, apresentou dados sobre a utilização de radares e satélites capazes de contribuir para a medição da quantidade de água, calor e da vegetação na floresta, por meio da medição da altura e biomassa das árvores, essenciais para o inventário de estoque carbono e saber se a floresta está, de fato, sequestrando ou emitindo CO2.
Para o pesquisador Niro Higuchi, a nova fase das pesquisas, que iniciam em 2010 e terminam em 2013, são muito boas porque o governo japonês se dispôs a ajudar num projeto já em andamento. “Essa parceria tem tudo para dar certo, pois existe uma demanda. A metodologia aplicada hoje por nós do Inpa para medir a quantidade de carbono na floresta é baseada em três parcelas/áreas, com a cooperação essas áreas serão ampliadas para 1,5 mil e melhor distribuídas. Dessa forma, nós estaremos mais qualificados e com dados bem mais precisos para discutir sobre esse assunto que é a pauta do dia no mundo todo”, disse.
O seminário serviu para que cada um dos envolvidos apresentasse resultados de pesquisas concluídas ou em andamento sobre a Amazônia, que a partir de agora vão contar com o conhecimento e tecnologia dos dois países, por meio de informações obtidas por satélites e radares, para chegar a dados mais exatos sobre o papel da floresta na emissão e sequestro do carbono.
Ulysses Varela – Agência Fapeam
Inpa.