Casos de meteoros vistos na Amazônia


20/02/2013 – A queda de meteoros é um evento incomum em todo o mundo. Na manhã da útima sexta-feira (15), um objeto celeste caiu na Rússia, deixando mais de mil pessoas feridas. O evento, apesar de raro, não foi maior que o do rio Curuçá, no Amazonas. Em 30 de junho de 1908, a queda de um meteorito, no município de Atalaia do Norte, abriu uma cratera de aproximadamente um quilômetro de diâmetro, em meio ao Vale do Javari.

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

De acordo com o astrofísico brasileiro Ramiro de La Reza, o objeto celeste, com energia provável de 5 megatons, conseguiu tocar o solo e, neste caso, quase toda a energia foi utilizada para evaporar o corpo e produzir a escavação. Em entrevista ao Portal Amazônia, o especialista afirmou que este foi um dos três maiores fenômenos no século 20, ao lado dos casos de Tunguska (Sibéria), em 3 de junho de 1908, e na Guiana Inglesa, em 11 de dezembro de 1935.

O pesquisador explica que os três eventos aconteceram pelo mesmo motivo. Quando a Terra gira em torno do Sol (de forma eclíptica), ela encontra em seu caminho partículas de cometas, circulando de forma perpendicular. Com a proximidade dos corpos, é possível que pequenas partículas caiam na atmosfera terrestre. No Amazonas, a chuva de meteoros acontece especificamente no dia 12 ou 13 de agosto, todos os anos.

“Acredito que a queda dos bólidos (objetos celestes) foram pedaços do Planeta Swift-Tuttle. Conhecido desde a época de Cristo, ele vai girar por centenas de anos até se deteriorar completamente. Mas este tipo de bólido tem épocas marcadas, que podem cair durante os períodos de chuvas de meteoros, ou das Perseídas e é possível vê-los no céu do Amazonas, no oitavo mês do ano”, explicou o pesquisador do Observatório Nacional.

De La Reza liderou uma equipe de pesquisadores para estudar o evento em Atalaia do Norte, popularmente chamado de Tunguska Brasileiro. Em artigo publicado na ComCiência: Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, intitulado ‘O evento do Curuçá: bólidos caem no Amazonas’, o especialista afirmou que o grupo conseguiu localizar o local do impacto em 1997, “graças aos modernos GPSs” e com o apoio da Rede Globo, Televisão ABC da Austrália e Fundação Nacional do Índio (Funai).

O astrofísico afirma, ainda, que há outras evidências do ocorrido. Um deles é o relato do monge capuchinho Fedele D’Alviano. Em missão religiosa pelo Amazonas, ele descreveu mudança da cor do céu por conta da nuvem de poeira, um tremor de terra e seringueiros apavorados. Outra seria que o Observatório Sismológico San Calixto, em La Paz (Bolívia), também registrou a queda de  objetos celestes no mesmo período de tempo dos relatos históricos.

Outros eventos

Várias toneladas de partículas advindas do espaço caem na atmosfera terrestre todos os dias. A maioria delas, no entanto, são desintegradas antes de atingir o solo. Um fenômeno fora do comum, imprevisível e sem relação alguma com o próximo grande evento astronômico do dia vai será a passagem do asteroide 2012 DA14 a 27.700 quilômetros da Terra. Com 130 mil toneladas, a rocha espacial mede o equivalente a meio campo de futebol e se aproxima a uma velocidade de 28.100 quilômetros por hora. Na opinião do astrofísico boliviano radicado no Brasil, os dois eventos são históricos e a data pode ser considerada especial. “Grandes objetos celestes são raramente observados”, assinalou.

Em entrevista ao Portal Amazônia, o secretário municipal de Tabatinga, Jânio Ferreira, lembrou da visão de “uma bola de fogo cruzando o céu”. O caso aconteceu na noite do dia 7 de julho de 2011. “Passou uma luz no céu. Vimos uma um clarão. Mesmo distante da terra, todos assistiram. As pessoas ficaram em polvorosa, muitos correram para suas casas. Os evangélicos ficaram mais atordoados, pois achavam que era o fim do mundo. Foi um susto coletivo, apenas naquele momento. Somente no dia seguinte soubemos que era um meteoro”, relembrou.

/O astrônomo Germano Afonso, do Museu da Amazônia (Musa), explicou à reportagem que uma chuva de meteoros, como a vista em Tabatinga, já estava prevista para 2011. circulando na Constelação de Capricórnio. A trajetória do meteoro em Tabatinga foi vista pela população em geral, mas os moradores das comunidades de Limeira, Praia de Fátima e de Roniña, na área do Peru, e em Santa Isabel do Rio Negro, tiveram uma visão mais privilegiada. A “bola de fogo” passou pela cidade, caindo na área entre o Peru e a Colômbia.

Em 29 de julho de 2005, um meteorito causou intenso clarão em Tocantins. Na madrugada, a luz e o grande estrondo foram percebidos por várias pessoas no Estado, principalmente em Palmas e Paraíso. À época, o professor de sismologia Vasile Marza, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), comentou que os moradores de Palmas ouviram o barulho e viram o clarão porque o corpo celeste passou em uma altitude acima de dois mil metros de altura, em uma velocidade alta.

Fonte: Portal Amazônia

 Mais notícias >>

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *