Laboratório pretende purificar enzima DNA Polimerase até 2012
20/10/2010 – A utilização do DNA para a conservação da biodiversidade, os experimentos de engenharia genética e a descoberta de novos genes são apenas algumas das aplicações da enzima “DNA Polimerase”, desenvolvida pela Biotech da Amazônia, empresa para a qual a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) destina recursos da ordem de R$ 45 mil, via Programa Pesquisadores nas Empresas no Estado do Amazonas (PPE-AM).
O apoio da instituição de fomento à pesquisa será fundamental para a produção comercial da molécula, até então inexistente na Região Norte. Segundo o proprietário da Biotech da Amazônia, o doutor em Biotecnologia Carlos Gustavo Nunes da Silva, o que chega a Manaus é importado de fora do Brasil, elevando muito os custos.
Além desse fator, explica o microempresário, o material geralmente é recebido fora dos padrões de armazenamento. “Não é raro de acontecer a perda de atividade da enzima, o que a torna inviável e compromete toda uma cadeia de experimentos laboratoriais, que ocorrem diariamente em diversas instituições da região”, disse Silva.
Em fase inicial, o projeto já conta com a infraestrutura do laboratório, e os bolsistas estão sendo contratados para iniciar os trabalhos de acordo com o cronograma do projeto.
O pesquisador ressalta a importância da criação do laboratório, já que inúmeros profissionais dependem de bons produtos para desempenharem análises com qualidade. Com esse tipo de enzima, conforme Nunes, é possível realizar testes de diagnósticos de doenças, confirmações de paternidade, testes de DNA em casos de crimes, fiscalização ambiental, entre outros. “Sem falar em utilização no âmbito educacional, seja no ensino médio, graduação ou pós-graduação para aulas práticas de Ciências Biológicas, Melhoramento Animal e Vegetal, Genética, Biotecnologia, etc.”, explicou.
Para o pesquisador, outro ponto positivo do projeto é a possibilidade de disponibilizar o produto para a distribuição local, o que favorecerá as instituições amazônicas com entregas rápidas e produtos de melhor qualidade. Com a enzima purificada até meados de 2012, a empresa pretende realizar a venda também para as outras regiões do Brasil.
“Em outra direção, o projeto em si capacitará recursos humanos em uma perspectiva biotecnológica, o que é importante para nossa região que é uma das maiores fornecedoras de matéria-prima e precisa fortalecer um polo produtor de bioprodutos e biomoléculas”, destacou.
Incentivo
Por ser uma empresa pequena, o pesquisador reconhece as dificuldades enfrentadas para aquisição dos equipamentos de alta tecnologia. Atualmente, os trabalhos são feitos com a ajuda também do contrato de utilização de equipamentos e laboratórios da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Outro desafio, segundo o pesquisador, é agregar mão de obra qualificada. “A FAPEAM teve essa sensibilidade e criou o PPE, programa no qual nossa empresa está aprovada e apta a ter a participação e colaboração de pesquisadores para o desenvolvimento de nosso produto. Sem esse incentivo seria impossível contratar pessoal qualificado”, enfatizou.
Sobre o PPE
Esse programa desenvolvido em parceria com o CNPq consiste em apoiar atividades de pesquisa tecnológica e de inovação, mediante a seleção de propostas que visem estimular a inserção de mestres e doutores, nas empresas sediadas ou com unidades permanentes no Estado do Amazonas.
Alessandra Leite- Agência Fapeam