Livro mostra trabalho infantil durante a Belle Époque
Publicação retrata as dimensões do trabalho infantil de 1890 a 1920
Dados do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), divulgados em 2013, apontavam que cerca de 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhavam no ano anterior. Os dados ainda mostram que houve uma queda de 156 mil crianças a menos trabalhando, o que ainda é pouco para uma prática ilegal.
Essa história é antiga e para contribuir com o estudo da infância no Amazonas e a partir do trabalho infantil entre 1890 e 1920, a doutoranda em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Alba Barbosa Pessoa, escreveu o livro intitulado “Infância e Trabalho: dimensões do trabalho infantil na cidade de Manaus, 1890-1920”.
O livro, resultado da pesquisa no âmbito do Mestrado, mostra o cenário do trabalho infantil na Belle Époque. “Inicialmente não havia um projeto de escrever um livro sobre esse tema. Havia sim, uma grande preocupação de tentar realizar uma pesquisa séria que respondesse minhas inquietações sobre a infância pobre na cidade de Manaus no período conhecido como Belle Époque. Ao defender a dissertação em 2010, a banca de defesa recomendou a publicação, o que foi uma grata surpresa”, disse a pesquisadora.
A pesquisadora recebe aporte financeiro do governo do Estado via Fapeam pelo Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH Doutorado), com o projeto de pesquisa “Pequenos Construtores da Nação: trabalho, discliplinarização e controle social da infância na Era Vargas (Manaus, 1930-1945)”.
De1890 a 1920
A obra ressalta os dois tipos de infância naquele período: a infância rica e a infância pobre. Enquanto as crianças filhas das famílias com mais recursos financeiros passavam essa fase da vida entre os livros, brincadeiras, passeios e viagens, as crianças filhas das famílias pobres passavam a maior parte do seu tempo no espaço do trabalho. Estas crianças exerciam as mesmas atividades laborais que os adultos, com extensa jornada de trabalho e submetidas a constantes castigos físicos.
“É importante destacar que, nesse período, o trabalho infantil era visto como um valor positivo para a formação do bom cidadão, mas o que chama atenção é que o valor do trabalho era visto como benéfico somente para os filhos das famílias pobres. O que me surpreende é que, hoje, grande parte da população ainda comunga com essa percepção”, disse a pesquisadora.
Com a publicação, a pesquisadora propõe uma maior reflexão sobre a situação de inúmeras crianças que passam parte do dia nas praças, ruas e sinais de trânsito, trabalhando para contribuir com o sustento da família. “Espero que o livro possa trazer elementos para ações efetivas no combate ao trabalho infantil”, disse Alba Pessoa.
Segundo ela, o aporte financeiro do governo do Estado via Fapeam foi imprescindível para realização do projeto de pesquisa e publicação dos resultados. “A longa “moradia” que o pesquisador estabelece nos arquivos, demanda um custo elevado com locomoção, recursos tecnológicos, livros, viagens para seminários e simpósios, entre outras despesas, que sem esse incentivo da agência, inúmeras pesquisas não seriam viabilizadas”, disse a pesquisadora.
Ada Lima – Agência Fapeam
Foto destaque: SEC-AM
Importante pesquisa, irá levantar ótimos debates em sala de aula, Parabéns a querida Alba pelo trabalho primoroso
Parabéns professora Alba. Fico feliz em ver que a nossa pesquisa esta sendo valorizada e que o resgate de nossa historia esta acontecendo através desse lindo trabalho.
Parabéns à autora!
Curioso para apreciar a obra.
Parabéns pela publicação
Parabéns querida Alba. Contribuição preciosa.
Parabéns Alba! Preciso deste livro