Técnica com utilização de ferramentas computacionais pode contribuir para o tratamento de câncer
Pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) avalia o desenvolvimento de uma ferramenta computacional com base estatística capaz de estimar parâmetros de modelos matemáticos, que representem a dinâmica do crescimento de células tumorais submetido ao tratamento em conjunto da hipertermia e quimioterapia.
Em andamento, o estudo faz parte da pesquisa intitulada “Estimativa de Parâmetros no Tratamento de Hipertemia” desenvolvida pelo doutorando, Nilton Silva, apoiada pela Fapeam, por meio do Programa de Bolsas de Pós-Graduação em Instituições fora do Estado do Amazonas (PROPG-Capes/Fapeam), em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O estudo é desenvolvido no Programa de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob orientação do Professor Helcio Rangel Barreto Orlande.
A tecnologia já demonstrou resultados parciais que no primeiro momento avaliou a Modelagem matemática de um protocolo in vitro e mais a obtenção e caracterização de nanopartículas. As nanopartículas podem ser usadas na terapia de hipertermia para aprimorar a absorção localizada de energia proveniente de fontes externas, de modo a matar células tumorais somente pelo efeito do calor. Além disso, elas podem serem utilizadas como condutores de fármacos que atuarão no tumor quando aquecidos.
Nilton Silva explica que outra vantagem na utilização das nanopartículas é delimitar a região do dano térmico, apenas para área afetada pela doença. “O tratamento do câncer por meio de aplicação de calor na região afetada pela doença, com elevação da temperatura local por um período determinado, é definido como hipertermia. O aquecimento torna as células mais suscetíveis a outros tipos de tratamentos como a quimioterapia e radioterapia. A hipertermia mostra ser uma terapia importante para os tratamentos convencionais de câncer. As células cancerígenas são vulneráveis ao atingir temperaturas entre 40-44°C, podendo ser danificadas”, conta.
O estudo gerou artigo publicado no site Nature Scientific Reports liderado pelo Professor Dilson dos Santos, do Programa de Engenharia de Nanotecnologia e do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFRJ. Além do professor Dilson, o artigo conta com os seguintes autores: Cláudia Cruz e Amanda Castilho do Programa de Engenharia de Nanotecnologia da UFRJ; Nilton Silva do Programa de Engenharia Mecânica (PEM), professor Helcio Orlande (PEM), professor Claudio Lenz, do Instituto de Física da UFRJ; e da professora Viviane Favre-Nicolin do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES).
Para Silva a modelagem matemática já é vista como um grande passo para o prognóstico e o tratamento do câncer. Observa-se um elevado número de pesquisas no desenvolvimento de modelos matemáticos para representar a dinâmica do crescimento de tumores e os seus tratamentos, destaca Nilton Silva.
Por: Jessie Silva
Fotos: Acervo do Pesquisador Nilton Silva